Sofrimento de um Anjo

Quem foi que disse que os anjos

Não possuem sentimentos e não sangram?

O amor é um sentimento tão

Forte, que é capaz de chegar até os

Altos céus e contagiar os grandiosos

Anjos do Senhor.

Pois neste exato momento há um anjo

A derramar lágrimas na

Cabeceira de sua cama.

Há um doce e delicado anjo sangrando,

Chorando, enfim, sofrendo por ti.

Pois o maior desejo desse anjo

É estar ao lado da pessoa amada.

E sempre que esse pobre anjo se

Encontra com o Senhor teu Deus,

Ele faz um singelo pedido:

“Senhor, liberta-me dessa minha

Terrível sina, sei que irei morrer

Logo em seguida, mas eu te imploro,

Faz-me mortal, para que eu possa estar ao

Lado da minha amada”.

Por isso não diga que os anjos não

Possuem sentimentos. Pois

Neste exato momento, há um doce

Anjo, chorando por ti."

Bonjour, tristesse.

Bom dia tristeza

Que tarde tristeza

Você veio hoje me ver

Já estava ficando até meio triste

De estar tanto tempo longe de você

Se chegue tristeza

Se sente comigo

Aqui nesta mesa de bar

Beba do meu copo

Me dê o seu ombro

Que é para eu chorar

Chorar de tristeza

Tristeza de amar

***

Bom dia, tristeza. Essa canção, interpretada por Maria Bethânia é simplesmente magnífica. Uma das músicas que eu mais gosto do DVD Tempo, Tempo, Tempo, Tempo. Outro detalhe, essa foto surgiu de um erro, mas gostei tanto que resolvi postar.

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor...não cante

O humano coração com mais verdade...

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permantente.

E de te amar assim, muito e amiúde

É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.

***

Vinícius de Moraes

Súplica

"Olha pra mim, amor, olha pra mim;
Meus olhos andam doidos por te olhar!
Cega-me com o brilho de teus olhos
Que cega ando eu há muito por te amar."

***

Trecho do poema Súplica, de Florbela Espanca.

Te Amo

Não te amo como se fosses

rosa de sal, topázio

ou flecha de cravos que

propagam o fogo:

Te amo como se amam

certas coisas obscuras,

secretamente, entre

a sombra e a alma.

Te amo como a planta

que não floresce e leva

dentro de si, oculta, a luz

daquelas flores,

e graças a teu amor vive

escuro em meu corpo

o apertado aroma que

ascendeu da terra.

Te amo sem saber como,

nem quando, nem onde,

te amo diretamente sem

problemas nem orgulho:

assim te amo porque não

sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em

que não sou nem és,

tão perto que tua mão

sobre meu peito é minha,

tão perto que se fecham

seus olhos com meu sonho.

***

Pablo Neruda

Fortaleza

Foto tirada da Av. Beira-mar, ficou legal e o prédio é lindo. A parte dourada e curva era um sushi bar, não sei se ainda é, mas a vista lá de cima é sensacional.

Ceará terra da luz.

Fortaleza, cidade que me acolheu há 13 anos. É assim que a gente percebe como o tempo passa rápido e quando se dá conta, foi.

Cataventos

"Meu catavento tem dentro o que há do lado de fora do teu girassol. Entre o escancaro e o contido, eu te pedi sustenido e você riu bemol. Você só pensa no espaço, eu exigi duração. Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea..."

Praia Mansa - Fortaleza, Ce.

Fanatismo

"Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tú és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...

Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lidas!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa...

Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus:
Princípio e Fim!"

***

Florbela Espanca

Vermeer II

A leiteira (1660), de Vermeer, Rijksmuseum, Amsterdã, Holanda.

Vermeer

Moça com Brinco de Pérola (1666), de Vermeer, Royal Cabinet of Paintings Mauritshuis, Haia, Holanda.

Vermeer (1632-1675)

Johannes Vermeer foi um pintor holandês, que também é conhecido como Vermeer de Delft ou Johannes van der Meer.
É o segundo pintor holandês mais famoso do séc. XVII, período conhecido como a Idade de Ouro Holandesa, devido às espantosas conquistas culturais e artísticas do país nessa época, depois de Rembrandt. Os seus quadros são admirados pelas suas cores transparentes, composições inteligentes e brilhante uso da luz.
Pouco se sabe da sua vida. Era filho de Reynier Jansz e Dingenum Baltens. Casou-se em 1653 com Catharina Bolenes e teve 15 filhos, dos quais morreram 4 em tenra idade. Sabe-se que vivia com magros rendimentos como comerciante de arte, e não pela venda dos seus quadros. Várias vezes até foi obrigado a pagar com quadros dívidas contraídas nas lojas de comida locais. Morreu muito pobre em 1675. A sua viúva teve de vender todos os quadros que ainda estavam na sua posse ao conselho municipal em troca de uma pequena pensão.

Velázquez III

A Forja de Vulcano (1630), de Velázquez, Museu do Prado, Madri.

Velázquez II

Cristo e a Alma Cristã (1628), de Velázquez, National Galley, Londres.

Velázquez

Vênus Olhando-se no Espelho (1651), de Velázquez, National Gallery, Londres.

Velázquez (1599-1660)

Diego Rodríguez de Silva y Velázquez, nascido em Sevilla foi um pintor espanhol e principal artista da corte do Rei Filipe IV de Espanha. Filho de um advogado português, sua fama veio logo após sua morte em agosto de 1660, quando se provou um modelo para os artistas realistas e impressionistas, principalmente para Edouard Manet. Sua influência estendeu-se também para Picasso e Salvador Dali.

Manet III

Olympia (1863), de Manet, Museu d'Orsay, Paris.

Dois anos depois de expor Almoço na Relva, sua obra Olympia, apresentando uma cortesã nua que lançava um olhar provocante a um observador, foi atacada ainda com maior fúria quando exibida no Salão Oficial.

Manet II

Almoço na Relva (1863), de Manet, Museu d'Orsay, Paris.

Este quadro de Manet mostrando uma mulher nua fazendo um piquenique junto a dois homens vestidos, não foi aceito pelo Salão Oficial de 1863, causando também grande contestação quando exposto no Salon des Refusés de Napoleão III, organizado naquele ano justamente para tais obras.

Manet

Bar do Folies-Bergère (1882), de Manet, Courtauld Institute, Londres.

Manet (1832-1883)

Édouard Manet foi um pintor e artista gráfico francês e uma das figuras mais importantes da arte do século XIX. Contrariando o desejo paterno, enveredou pela pintura. É no museu do Louvre que conhece Degas. Os gostos de Manet não vão para os tons fortes utilizados na nova estética impressionista. Prefere os jogos de luz e de sombra, restituindo ao nu a sua crueza e a sua verdade, muito diferente dos nus adocicados da época. O trabalhado das texturas é apenas sugerido, as formas, simplificadas. Os temas deixaram de ser impessoais ou alegóricos, passando a traduzir a vida da época. Manet era criticado não apenas pelos temas, mas também por sua técnica, que escapava às convenções acadêmicas. Freqüentemente inspirado pelos mestres clássicos e em particular pelos espanhóis do Século de Ouro. É considerado um dos fundadores da arte moderna.

Renoir II

Le Déjeuner des Canotiers (1881), de Renoir, The Phillips Collection, Washington.

Essa tela é simplesmente perfeita, uma das minhas preferidas. Não parece pintado com giz de cera? Ao menos é essa a impressão que me dá...

Renoir

Baile no Moulin de la Galette (1876), de Renoir, Museu d'Orsay, Paris.

Renoir (1841-1919)

Pierre Auguste Renoir nascido em Limoges em 25 de fevereiro de 1841 foi um pintor impressionista francês. Filho do alfaiate Leonard Renoir e da operária de fábrica Marguerite Merlet. Quando ele tinha quatro anos a família mudou-se para Paris. Desde pequeno Renoir mostrou habilidades para a música e o desenho, mas sua família tentou fomentar nele o gosto pela pintura, por pensar que seria essa a maneira mais fácil de ganhar a vida. Deste modo, aos treze de anos entrou como aprendiz para a loja do irmãos Levy, decoradores de porcelana. Em 1862, para evoluir na pintura, além da instrução formal que possuía, entrou para a Escola de Belas Artes.

Botticelli

O Nascimento de Vênus (1483), de Sandro Botticelli, Galeria Degli Uffizi, Florença.

Afrodite (Vênus) era a deusa grega do amor, beleza e fertilidade. De acordo com a mitologia, nasceu quando Urano (pai dos titãs) foi castrado por seu filho Cronos (tempo), que atirou os genitais cortados de Urano no oceano, que começou a ferver e espumar. Deste, ergueu-se Afrodite e o mar a carregou para Chipre. Do grego, Aphros (espuma do mar).

Sandro Botticelli (1445 - 1510)

Alessandro di Mariano Filipepi, mais conhecido como Sandro Botticelli, foi um pintor italiano da Escola Florentina. Dedicou boa parte de sua carreira às grandes famílias florentinas, especialmente os Médici, para os quais pintou vários retratos. Na década de 1490, quando os Médici foram expulsos de Florença, Botticelli passou por uma crise religiosa e tornou-se discípulo do monge beneditino Girolamo Savonarola, que pregava a austeridade e a reforma, mas Botticelli jamais deixou Florença.

Caravaggio II

Crucificação de São Pedro (1601), de Caravaggio, Capela Cerasi, Roma.

Conta-se que sendo o primeiro bispo de Roma, Pedro, ao decidir fugir de Roma, onde os cristãos eram perseguidos e executados na arena, encontra Jesus Cristo. Ao perguntar a Jesus "Quo Vadis, Domine?", este responde-lhe que vai para Roma, para ser martirizado com as suas ovelhas que foram abandonadas. Pedro, arrependido, volta para Roma e entrega-se às autoridades que o crucificam. Diz-se também que exigiu que fosse crucificado de cabeça para baixo, pois não se considerava digno de morrer da mesma forma que Cristo.

Caravaggio

Narciso (1599), de Caravaggio, Galeria Borghese, Roma.


Esse muita gente conhece, pois ilustrou a capa do livro O Alquimista, de Paulo Coelho.

Arte e Cultura

A Deposição (1604), de Caravaggio, Vaticano.

Quem me conhece sabe que uma das coisas que mais me fascina é a arte (em todas as suas formas) e a história do mundo, então, hoje decidi iniciar um série de postagens sobre os grandes mestres da pintura. Gênios dos pincéis. Italianos, franceses, alemães, etc. Espero que vocês apreciem pois cultura nunca é demais.

Caravaggio (1571-1610)

Michelangelo Merisi (nome de batismo de Caravaggio) nasceu na cidade italiana de Caravaggio em 1571. Embora tenha vivido a transição entre o Renascimento e o Barroco (já que nasceu poucos anos depois da morte de Leonardo da Vinci), a sua obra enquadra-se bem neste último, sempre obscura e pesada retratando cenas ou personalidades bíblicas.
No entanto, Caravaggio usava a imagem de pessoas comuns das ruas de Roma para retratar Maria e os apóstolos. Caravaggio levou este princípio estético às últimas consequências, a ponto de ter sido acusado de usar o corpo de uma prostituta fisgada morta do rio Tibre para pintar a Morte da Virgem.
A outra característica marcante foi a dimensão e impacto realista que ele deu aos seus quadros ao usar um fundo sempre raso, obscuro, muitas vezes totalmente negro e agrupar a cena em primeiro plano com focos intenso de luz sobre os detalhes, geralmente os rostos. Este uso de sombras e luz é uma das coisas mais marcantes em seus quadros que de certa forma nos atrai para dentro da cena. Os efeitos de iluminação que Caravaggio criou recebeu um nome específio: tenebrismo.

Em 1990, o grupo de rock R.E.M. gravou seu videoclipe Losing my Religion, usando cenários estáticos e pessoas caracterizadas que faziam lembrar algumas das obras-primas do pintor.

Ser Feliz

É incrível como nós dificultamos nossa vida, criamos tempestades em copos d'água, fazemos nossos problemas maiores do que realmente são. Pra sermos felizes precisamos de tão pouco, um sorriso, uma palavra, um olhar mais atento ao que está ao nosso redor já é suficiente. Em pleno século XXI, será que é tão dificil para as pessoas perceberem isso? Me impressiona como as pessoas são insensíveis, fúteis, materialistas, egoístas. Onde foram parar nossos valores?! Apesar de achar que a cada dia eles estejam menos visíveis, ainda tenho esperança de que eles continuam vivos dentro de cada um de nós, esperando por uma brechinha para serem libertos. Sei que ainda tenho muito a aprender, mas uma coisa que aprendi é que colocando-se no lugar do próximo me torno uma pessoa mais compreensiva, paciente, pois como diz a música "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é." Pra terminar, olhe ao seu redor, veja como nossos "problemas" podem ser mais simples, aprecie o sol de cada manhã, sinta o cheiro da vida brotando da terra e dedique ao menos um minuto do seu tempo, pra literalmente, ver a vida passar em toda sua grandeza.

Ser Feliz

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um "não".

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

Para ler e refletir...

O Menino das Meias Vermelhas

Todos os dias ele ia para o colégio com meias vermelhas. Era um garoto triste, procurava estudar muito mas na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.
Os outros guris zombavam dele, implicavam com as meias vermelhas que ele usava. Um dia, perguntaram porque o menino das meias vermelhas só usava meias vermelhas.
Ele contou com simplicidade: "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Botou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei, comecei a chorar, disse que todo mundo ia zombar de mim por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que se me perdesse, bastaria olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas saberia que o filho era dela."
Os garotos retrucaram: "Você não está num circo! Por que não tira essas meias vermelhas e joga fora?" Mas o menino das meias vermelhas explicou: "É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim vai me encontrar e me levará com ela."

Carlos Heitor Cony

Quando o Próprio Amor Vacila

Eu não podia deixar de postar esse texto, que me marcou muito. Peço que leiam com atenção e sensibilidade, pois das coisas da vida acho que o amor é a mais sublime. Amar não requer requisitos, garantias. Nós amamos ou não, simples assim... E pobre daquele que nunca sofreu por amor.


Quando o Próprio Amor Vacila:

Eu sei que atrás deste universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada.
Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido. Mas existe uma palavra que não suporto ouvir,e dela não me conformo.
Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora.
Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes,pelas tuas loucuras todas, minha vida.
Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas.
Amo teu jogo triste.
As tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo.
Eu amo a tua alegria.
Mesmo fora de si,eu te amo pela tua essência. Até pelo que você poderia ter sido,se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco.
Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo, quando, sozinha, bordo mais uma toalha de fim de semana.
Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.
Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis.
Amo teu sistema de vida e morte.
Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual.
Eu te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras.
Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa.
Eu te amo de alma para alma. E mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defenda,quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis, quando o próprio amor vacila.

Do DVD Maricotinha, de Maria Bethânia, sem identificação do autor.

Catedral Metropolitana de Fortaleza

A Catedral Metropolitana de Fortaleza ocupa o local em que antes ficava a antiga Igreja da Sé. A obra iniciada em 1938 levou 40 anos até ser totalmente concluída. A igreja possui capacidade para cinco mil pessoas e arquitetura em estilo gótico-romano. As missas são realizadas diariamente, exceto às segundas-feiras.